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Marisa I Soster Sartori

TRANSTORNO DO DESEJO SEXUAL MASCULINO HIPOATIVO

Antes de abordar o transtorno do desejo sexual masculino hipoativo, vou destacar alguns aspectos das disfunções sexuais masculinas que, segundo Rodrigues Junior (2017) atingem os homens em diferentes idades e suas prevalências variam de 5% a 75%, considerando-se o tipo e o somatório das disfunções sexuais.


As causas das disfunções sempre foram divididas em psicológicas e orgânicas, no entanto, a interação e a associação entre elas são o mais importante a ser avaliado, pois cada causa requer um tratamento específico. A depressão, ansiedade encontram-se entre as causas ou se associam a elas, muitas vezes dificultando o tratamento (RODRIGUES JUNIOR, 2017).


As dificuldades sexuais referem-se às manifestações de dificuldade ou incapacidade em uma ou mais fases do ciclo da resposta sexual, segundo as quais o indivíduo não vivencia a atividade sexual de forma satisfatória (RODRIGUES JUNIOR, 2017).


Conhecer as dificuldades sexuais masculinas abrange avaliações do funcionamento fisiológico e anatômico, psicológico e de relacionamentos interpessoais. As causas psicossociais são prevalentes e deve-se incluir abuso de substâncias, (mesmo medicamentos utilizados para tratamento de hipertensão, depressão, ansiedade, problemas psiquiátricos e neurológico), o estilo de vida (sedentarismo, alimentação, lazer, religião, relacionamento familiar e social), comportamentos antissexuais ou assexuais, relacionamentos conjugais, além disso, também deve-se levar em consideração, ideias, conhecimento e crenças sobre as questões sexuais. Esse processo de avaliação, segundo Rodrigues Junior (2017) precisa seguir padrões médicos (urologista) e psicológico.


Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo


O desejo sexual, segundo Rodrigues Junior (2017) “é o mecanismo de mobilização que conduz um indivíduo a expressar o desejo sexual”.


O transtorno do desejo sexual masculino hipoativo é uma condição clínica relativamente comum na população geral, tende a ser mais relevante e estudada em mulheres, porém também é encontrada em homens. O transtorno é caracterizado como uma persistente ou recorrente deficiência ou ausência de fantasias sexuais e ou eróticas e de desejo para a atividade sexual, acompanhada por sofrimento ou dificuldade interpessoal clinicamente significativo. A avaliação do transtorno deve levar em consideração o contexto de saúde, interpessoal, e sociocultural da vida do homem afetado, com evolução dos sintomas por aproximadamente seis (6) meses (DIEHL, 2017).


O Manual Diagnóstico e Estatístico DSM-5 (2014), considera o transtorno do desejo sexual masculino hipoativo como padrão de perda ou diminuição da iniciação da relação sexual ou diminuição da propensão a se envolver em atividade sexual, ou ainda, de não corresponder a demanda da parceria sexual. O DSM -5 destaca ainda “que essa disfunção sexual não pode ser mais bem explicada por um transtorno mental não sexual ou como consequência de uma perturbação grave do relacionamento ou de outros estressores importantes e não é atribuível aos efeitos de alguma substância ou medicamento ou outra condição médica” (DIEHL, 2017, p. 284).


Entre as causas do baixo desejo, estão doenças clínicas crônicas (hipogonodismo: doença na qual as gônadas (testículos nos homens e ovários nas mulheres) não produzem quantidades adequadas de hormônios sexuais, como a testosterona nos homens e o estrogênio nas mulheres. Diabetes melito, disfunção da tireoide, doenças do sistema nervoso central (Parkinson, entre outras), cirurgias e fatores psicológicos e sociais (DIEHL, 2017).

Recomenda-se uma investigação detalhada pelos clínicos, analisando as possíveis causas tanto nos aspectos biológicos, como psicológicos. O tratamento deve levar em consideração as causas etiológicas. Entre as possibilidades de tratamento destacam-se o medicamentoso, a reposição hormonal. Considerando que os hormônios masculinos, principalmente a testosterona podem afetar a qualidade de vida do homem, sendo que na medida que os homens envelhecem, os níveis do hormônio normalmente diminuem (DIEHL, 2017).


O autor supracitado destaca que os sintomas de baixa testosterona incluem: redução da libido, instabilidade vasomotora, diminuição da densidade óssea, depressão, fadiga, disfunção erétil, redução da força muscular e da massa. Também podem ocorrer aterosclerose e episódios cardiovasculares.


“Queixas referentes ao desejo podem existir desde a adolescência ou surgir em determinadas fases da vida” (RODRIGUES JUNIOR, 2017, p. 272). O diagnóstico pode ser complicado devido a manifestações do desejo e masturbação, estes fatores implicam na capacidade de funcionamento, se comparadas à diminuição ou falta de desejo pela parceria.


A entrevista psicossocial com o paciente e sua parceria sexual e os instrumentos de avaliação psicológica são importantes para avaliar as possíveis causas. McGoldrick (2012, p. 111) destaca a importância do genograma sexual e cultural para a compreensão dos sintomas de relacionamento sexual. “Os problemas sexuais se desenvolvem dentro do contexto dos relacionamentos à medida que avançamos no ciclo vital e precisam ser considerados dentro daquele contexto”. Durante a construção do

  • [...] genograma são acrescentados aspectos particulares da história do indivíduo, do casal e da família têm relevância para a história sexual: história da saúde e psicológica, ligações sexuais e intimas dos membros da família, além de informações conjugais e temas como a esquiva de discutir sobre sexo e de transmitir informações sobre os membros da família McGoldrick (2012, p. 111).


O genograma, segundo McGoldrick (2012, p. 111) é um instrumento útil para o casal entenderem sobre si mesmos e ao outro em um contexto cultural e sexual. Ajudará os pacientes “[...] a identificarem os valores com os quais cresceram e a reconhecerem como esses valores influenciam seus próprios valores, comportamentos e ansiedades referentes a sexo”.


A psicoterapia focada na sexualidade aborda técnicas comportamentais, e busca modificações cognitivas que produzem ou mantem as disfunções sexuais. A psicoterapia de casal é recomendada por ser um fator facilitador para a solução do problema sexual. As técnicas para tratamento psicológico abrangem educação sexual, treino de comunicação, modificação de interação sexual, focagem sensorial, técnicas de compressão, desenvolvimentos de técnicas sexuais, técnicas de aproximação sucessivas, dessensibilização sistemática e treino assertivo (RODRIGUES JUNIOR, 2017). É importante levar em consideração o histórico e sintomas de cada caso em específico.


Agende uma consulta pelo telefone: (49) 99133 3701.


Marisa Ivete Soster Sartori

Psicóloga CRP-12/13681

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